Você fala de dinheiro na sua terapia?

Abordar certos temas é extremamente delicado, mas dois deles se destacam: dinheiro e pagamento. Na terapia, discutir sobre dinheiro significa explorar como você direciona sua energia de vida e seu tempo. Estamos inseridos em um mundo capitalista, que muitas vezes é injusto e instável, podendo distorcer a noção de que o trabalho é parte fundamental da vida e do movimento. Conversar sobre dinheiro, ou seja, sobre um dos resultados do investimento do seu tempo e energia, oferece uma ampla oportunidade para refletir sobre sua saúde mental.

Enquanto existem abordagens práticas para organizar as finanças, essas estratégias fazem sentido apenas quando estamos emocionalmente preparados para implementá-las. É mais fácil falar sobre como você gasta seu tempo livre do que discutir de que forma você aplica e investe esse tempo. Além disso, o contexto brasileiro apresenta particularidades que tornam ainda mais desafiador falar sobre dinheiro e pagamentos.

É fundamental fazer distinções relevantes. Optei por mencionar “pagamento” para enfatizar que estamos constantemente desembolsando recursos financeiros: essas transações podem ser despesas, aplicações ou investimentos, dependendo das nossas interpretações pessoais. Assim, discutir dinheiro na terapia é, essencialmente, falar sobre como interpretamos o mundo. Abordamos nossas possibilidades e limitações, nossos repertórios, contextos e valores. Trazer essas questões para a terapia, discutir o custo da sessão, a data de pagamento, a possibilidade de reembolso e se é através de plano de saúde ou convênio médico é discutir as relações que estabelecemos com o mundo por meio do dinheiro.


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